Hoje, dia 23 de Abril, é o Dia do Livro. E apesar deste blog
estar (aparentemente) esquecido, a data não passou em branco. Recebi vários
e-mails (mala-direta) de livrarias, vi anúncios de promoções em toda página que
entrava (malditos cookies que guardam o que pesquiso!). Parece que qualquer
comemoração é justificativa para consumo.
E nessa onda “compre batom... compre batom...” (só os fortes
vão entender!) pensei no último livro que comprei: La Petite Fille de Monsieur
Linh[1]. Leitura obrigatória do curso de francês desse
semestre, parece-me um romance bonitinho. Digo parece, porque ainda não o li.
Como assim? Pois é. Se tenho até o fim do curso, então não há motivos para
apressar a leitura. Coloco-o na bolsa, e fico aguardando uma furtiva oportunidade
para leitura.
A verdade é que quando a gente faz do estudo profissão/lazer/leitmotiv, não há um só momento em que
não estejamos acompanhados de um livro. Há alguns anos fui encontrar um amigo
em Belo Horizonte para resolver uma pendência burocrática. Uma das primeiras
perguntas que ele me fez foi “deixe-me ver o que está lendo”. Lembro que fiquei
espantada – como ele sabia que eu tinha um livro na bolsa? Sim, talvez a viagem
de 2 horas de ônibus ficaria mais agradável com uma leitura. Mas não era por
isso. Ele simplesmente sabia que eu sempre estaria acompanhada de um.
Ambas as vezes que viajei para fora do país (a Argentina não
conta, certo?) foi para estudar. Fazer uma parte da pós-graduação e, mais
recentemente, aperfeiçoamento em uma língua estrangeira. Na volta, meu maior
orgulho eram os livros trazidos na mala. Possuí-los dava uma sensação de dever
cumprido: a viagem não foi em vão. Curiosamente, o mesmo sentimento acontece
quando visito a casa dos pais – uma mala sem livros não faz sentido algum.
Escrevo pensando na companhia constante que eles oferecem em
meus deslocamentos constantes. Seja a leitura no metrô, os PCN’s a caminho do
trabalho, ou ainda o Guia França da Publifolha: como boa romântica, impossível
pensar em uma viagem sem carregar um bom livro junto - e um caderno para
anotações. E como disse Santo Agostinho: “O mundo é um livro, e aqueles que não
viajam lêem somente uma página.” Então, bon
voyage mes amis!
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