quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Além do Preto e Branco

Sim, eu li a trilogia Cinquenta Tons de Cinza. Eu também assisto Blockbusters, como o novo 007. Não, não fui ao Seminário sobre Livros da Biblioteca Brasiliana. E atualmente, meu livro de cabeceira é a autobiografia da maratonista Paula Radclife. Nada disso me faz ser menos inteligente ou menos intelectual. São apenas “lados B” da minha personalidade, e que não deveriam ser encarados tão de soslaio assim.
Ler a tal trilogia me fez pensar em tudo aquilo que temos de gostar escondido. Pensando nos meus livros, esses “volumes cinzentos” talvez causem certa vergonha ao serem vistos na estante. Dane-se! Comprar livros, organizá-los, decidir onde devem ficar: nada disso deve ser feito com base na opinião alheia. E se ver a biblioteca de alguém é perceber sua personalidade, ótimo! Acho que a minha vai ser bastante intrigante de analisar.
É claro que existem algumas convenções: filmes do tipo do agente secreto, mega-produções hollywoodianas, apenas uma por mês (mais que isso, o fígado reclama). E mesmo livros do tipo “mais vendidos”, como o citado acima, só são permitidos em situações extremas – Petrópolis, 3 dias chuvosos... Enfim, são situações-exceção, para confirmar a regra. Porque não dá pra ser acadêmico o tempo inteiro (é muito chato!).
A leitura dos Cinquenta Tons me lembrou uma história. Quando estava fazendo o estágio de licenciatura, combinei com a professora da escola de falar um pouco em uma aula. Os alunos tinham estudado Revolução Francesa, então decidi por uma abordagem diferente dentro do tema que tinham estudado. Com base num pequeno trabalho chamado “Esses livros que se lêem com uma mão só”, falei sobre o analfabetismo na França do século XVIII, e a difusão da literatura pornográfica entre leitores e não-leitores. O livro continha algumas ilustrações, e os alunos se divertiram – como adolescentes que eram, o tema interessava, e muito!
O sucesso dessa trilogia trouxe de volta essa lembrança e uma constatação: pornografia faz sucesso. Seja no século XVIII ou em 2012, as pessoas se interessam por sexo. O que me espantou, ao colocar o livro na estante, foi pensar que eu me sentiria envergonhada quando alguém o descobrisse ali. Da mesma maneira que nos sentimos envergonhados de admitir que não vimos o-mais-novo-filme-francês-que-é-sucesso, não lemos a atual promessa de renovação da historiografia, ou ainda que eventos acadêmicos podem ser entediantes. A gente tem que esconder bem certas coisas, porque não “combinam” com a gente.
E quem disse que temos de ser combinadinhos? A moda, sempre tão cheia de certo/errado, já aboliu as combinações perfeitas faz tempo. E patchwork, na minha opinião, é a coisa mais linda de se ver! Então, por que insistimos em sermos perfeitos na vida? Não podemos ter gostos múltiplos, opiniões variadas, e sempre mudando de um lado para o outro? Como diz o título de um livro que eu adoro, “Tudo Depende de Como Você vê as coisas”.

domingo, 30 de setembro de 2012

Voyages


Viajar no fundo
É ver que é igual
O drama que mora 
em cada um de nós 

Eles chegaram. Há cerca de duas semanas atrás, meus guias de Portugal que estavam com um amigo voltaram para minhas mãos. E foi como se eu passasse por todos os lugares neles indicados mais uma vez. No de Lisboa, sinais como checks, carinhas e comentários me lembravam cada lugar em que estive. O do país, com suas infinitas orelhas coloridas, mostrava a viagem que tinha feito antes mesmo de sair do Brasil. E por fim, o mapa rodoviário do Alentejo, quando eu realmente pus o pé na estrada.

Com eles, aos poucos uma pequena (na verdade, minúscula) parte da estante vai se avolumando: a dos guias de viagem. Acredito ser a parte mais íntima, pessoal e particular, dos livros que estão nas estantes. Guias de viagem, de museus, de exposições, catálogos de acervos, revistas de programação cultural: resquícios em papel dos lugares onde estive, daquilo que vi e conheci. A exposição das trajetórias de viagem – o que de concreto, nesse caso em papel, fica da experiência de se deslocar à um outro lugar. E no caminho, encontrar com si mesmo.

Os meus guias são de lugares onde estive. Compro-os pouco antes de partir, numa tentativa de preparar-me para o que virá. Mas nunca dá certo. A vida, a viagem, se encarregam de me surpreender. Guia nenhum fala da beleza que é aterrizar no aeroporto Santos Dumont num fim de tarde. Da travessia entre Buenos Aires e Colônia do Sacramento, que me fez entender a disputa pelo Rio da Prata. Ou ainda, de como o Alentejo é Minas Gerais em Portugal, e por isso lá me senti em casa. Os guias apontam lugares, dão sugestões. Mas o roteiro cada um faz o seu. Os caminhos estão lá, mas a decisão de transitar por eles é pessoal e intransferível.

Como explicar esse sentimento que nos leva a viajar? Talvez, nas palavras de Caio Fernando Abreu, “quem sabe porque o transitório que é a vida, em viagem deixa de ser metáfora e passa a ser real?” E aí a gente, que se sente sempre em devir, de repente cessa o movimento: partiu.
Dentre as metáforas possíveis entre vida e viagem, a partida talvez seja uma das mais significativas: encerrar ciclos ou começas novas jornadas. Estamos sempre nesse movimento.

Nos últimos dias, alguns acontecimentos me fizeram refletir sobre a duração das experiências e sua transitoriedade: um professor que se aposenta depois de 35 anos de sala de aula; o final da participação no Conselho Editorial de uma Revista científica; e a remoção (compulsória) para outra unidade escolar. Exemplos de encerramento de etapas mas também início de outras. Não que a vida seja isso, uma sucessão de objetivos a serem cumpridos, obstáculos a serem vencidos. Pensando nos livros, é como disse Drummond: a vida é indivisível em capítulos, a não ser pelos romancistas.

Sim, viver é viajar. E tento sempre internalizar as experiências adquiridas em viagens, como se as impressões vividas precisassem ser armazenadas em um lugar mais seguro que apenas a memória. Em alguns casos, guardadas em papel na estante, para serem revividas sempre que preciso for. Os guias de Portugal me lembraram da frase de Saramago (sempre ele!) estampada numa das sacolas retornáveis que trouxe de lá: "Esta viagem a Portugal é uma história. História de um viajante no interior da viagem que fez".

Com isso, despeço-me temporariamente deste espaço. É hora de terminar a viagem que comecei há quase três anos atrás. Encerrar um ciclo que teima em não acabar. Viajar dentro daquilo que já pesquisei, que acumulei nesse período. E o resultado dessa viagem será sim, obrigatoriamente, impresso no papel.


p.s: Nelson, espero que os guias tenham sido úteis! =)

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Samba da Bênção

Reencontrar pessoas pode despertar as mais diversas sensações. Estranhamento, quando não se vê há algum tempo. Familiaridade, se o tempo decorrido desde a última vez parece não ter passado. E até mesmo curiosidade, caso a distância (seja ela temporal ou geográfica) tenha contribuído para tornar aquele ser interessante.
Com os livros também acontece algo parecido: uma lombada diferente ou não vista até então, que de repente atrai. Ou o brilho nos olhos ao ver uma nova edição de uma obra clássica, e o conforto que vem de reconhecer algo anterior. Mas nada supera o frisson de uma edição especial em mãos – mistura dessas várias sensações.
Pobre mortal que sou, conto nos dedos o que seriam consideradas “edições especiais” presentes em meu acervo. O objeto-livro, uma edição especial, que me inspirou nessa reflexão foi um empréstimo. Esse é um tema recorrente nos posts do blog, a mobilidade dos livros. E como todo bom tema, permite um pouco mais: ao pensar sobre empréstimo de livros, podemos ir além da relação entre livros e seus donos, e chegar mais perto de outra questão: a relação entre as pessoas. Nesse caso, mediada pelos livros.
Tive em mãos um pequeno livro publicado pela EDUSP, em comemoração aos 20 anos e ao milésimo título da editora. Pequeno no sentido físico e também no literário. É um texto chamado O Livro, de Jorge Luis Borges, excerto de uma outra obra. É curto, de leitura rápida, e a primeira associação que fiz foi “é quase um instantâneo”. Curiosamente, o formato da publicação tem o tamanho padrão da revelação de fotografias: 10X15.
No texto, Borges defende o livro como o mais espetacular dos instrumentos utilizados pelo homem. E logo no começo, rechaça o que seria o leitmotiv deste blog: “Os livros não me interessam fisicamente – sobretudo os livros dos bibliófilos, que costumam ser volumosos – mas, sim, as diversas valorações que deles se têm feito.”
Bom, quem sou eu para discordar de Jorge Luís Borges. No entanto, depois de lido todo o texto, o que parecia uma discordância fundamental parece pontos de vista. E no fim, o apreço pelos livros legitima as diferenças de percepção do objeto.
Ele mostra como os antigos não tinham nosso culto ao livro, visto apenas como substituto da palavra oral. Lembra como os grandes mestres da antiguidade eram curiosamente mestres da oratória, e pouco deixaram por escrito por vontade própria. Nossa veneração à palavra escrita teria começado justamente nesse sentido, o religioso. O conceito de livro sagrado mudou a relação com a oralidade, valorizando o que estava escrito em detrimento do que era “apenas” falado. E a partir daí, outras crenças se sucederam em relação aos livros, como a de que cada país é representado por um livro ou autor.
Mas para Borges, o principal é o ato de ler: “Creio que reler é mais importante do que ler, embora para se reler seja necessário já se haver lido.” Pela maneira com que esse livro me chegou em mãos, acho que o mesmo pode ser dito às pessoas: reecontrar talvez seja mais importante do que conhecer. E se para ele “o livro é lido para eternizar a memória”, acredito que no fim, o que é guardado na memória são as pessoas, ou aquilo que nos leva à pensar nelas.
Em determinado momento do texto, Borges fala da fluidez da leitura. Cita Montaigne, para quem a leitura é uma forma de felicidade, e como o conceito de leitura obrigatória é falso. Ler um livro não deveria nunca ser uma obrigação, nem exigir tanto custo. Ao demandar empenho de seu leitor, Joyce teria falhado em sua missão como escritor. Para Borges, a literatura é uma forma de alegria. E afirma: “Um livro não deve exigir esforço; a felicidade não deve exigir esforço.”
Giorgio Agamben, em Profanações, diz que “Só a felicidade que nem sonharíamos merecer é realmente merecida.” Parece que tanto a literatura quanto o tentar ser feliz deveriam ser mais simples do que são. As surpresas da (re)leitura de um livro ou de um (re)encontro talvez sejam como essa felicidade de Borges e Agamben: não dependem de esforço ou de merecimento, simplesmente existem.

domingo, 22 de julho de 2012

Os livros em seus lugares

Na escola em que trabalho existe uma “Sala de Leitura”. Como não conheço nenhuma outra escola da prefeitura (quando fiz os estágios da licenciatura fui para escolas públicas da rede estadual) não sei dizer se nas outras escolas também existe esse espaço.
Alguns professores chamam-no Biblioteca. Outros, pelo nome oficial. Fisicamente, é o lugar que abriga os livros da escola: estantes ocupando as paredes, do chão ao teto, com mesas redondas e cadeiras dispostas para pequenos grupos. É usada por um(a) professor(a) responsável, espécie de titular, que tem horários pré-definidos para receber cada turma. É na Sala de Leitura que também são realizadas as reuniões da Coordenação Pedagógica e Direção com os professores, chamadas JEIF.
O fato é que me vi pensando esses dias por que o nome Biblioteca foi substituído por Sala de Leitura. E acho que essa substituição tem alguns significados. O fato de os alunos terem um dia e horário específico para frequentar esse espaço revela uma preocupação pedagógica em fomentar a leitura entre os estudantes. Mas até que ponto esse novo componente curricular não torna algo que deveria ser iniciativa própria em uma imposição? É claro que o acesso dos alunos aos livros é totalmente livre: eles podem pegar emprestado o que se interessarem, ir fora do horário de aula, enfim, frequentar o espaço como uma biblioteca – o que ele também é.
Mas o nome Sala de Leitura me parece também uma instrumentalização daquele lugar. Biblioteca é lugar de livros. Com alguns (poucos) leitores. Numa sociedade em que livros são caros, e apesar do nível crescente de escolaridade ainda se lê pouco, ter uma biblioteca em cada escola parece temporalmente deslocado. Talvez, faria mais sentido, pelo menos didaticamente, um lugar reservado à leitura, e não necessariamente aos livros. Que eles estejam lá, mas que o principal seja o ato de ler. E as reflexões decorrentes dele.
Fiquei pensando nesse nosso costume de ter lugares para as coisas, e locais para determinadas atividades. No caso dos livros, ter um espaço reservado à eles em casa. Decoradores e arquitetos, quando têm um projeto de alguém bibliófilo em mãos, rapidamente resolvem a questão colocando um linda estante na sala: os livros se tornam objetos de decoração. Escolhem alguns, geralmente de arte, bem grandes, ou de viagem, para colocar na mesa de centro, e pronto: cada livro em seu lugar. Se esquecem que quem gosta de livros não liga para a estética da sua organização. O importante é a ordem em que estão colocados – e sempre adquiri-los.
Já falei anteriormente do deslocamento geográfico que meus livros sofrem dentro de casa. E confesso que o que mais gosto é dessa indisciplina situacional: eles estão em todos os lugares.
A leitura pode ser um pouco assim: insistem em colocar uma poltrona, fazer um canto de leitura. A gente vai e se esparrama no sofá, na cama, na rede. Lê onde dá. Espero que na escola algum dia seja assim: que continue a existir a Sala de Leitura. E também uma Biblioteca. E livros nas salas. E no pátio. Por que não nos banheiros? Em seu lugar, só os alunos e professores.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Bibliotecas


Há algum tempo atrás, uns amigos colocaram em seus murais do Facebook um link que remetia à uma lista das mais fantásticas bibliotecas do mundo. De fato, eram lugares impressionantes. Pode-se dizer que essas listas “top-something” são negativas, pois escolhem alguns lugares em detrimento de outros, elegem “os mais”, sendo que muitas vezes quem elaborou não conhece (ainda, desejo-lhes) muitas outras bibliotecas.

No caso dessa lista que mencionei, não havia um ranqueamento de bibliotecas, nem um recorte dos lugares que apontasse algum critério de seleção. Era apenas uma reunião de bibliotecas fantásticas pelo mundo que alguém resolveu compartilhar – o que pra mim foi interessante. Pude ver lugares incríveis e comentar, no mural dos amigos, que alguns daqueles lugares iam receber minha visita em breve.

Bom, nem tudo acontece como se imagina. Acabei não indo às duas bibliotecas da lista que disse que iria conhecer: a Biblioteca da Universidade de Coimbra, em Portugal, e a biblioteca da Universidade de Salamanca, na Espanha. Para dizer a verdade, na Espanha eu nem mesmo cheguei à entrar numa biblioteca (livraria de Museu não conta, certo?)

Mas o destino tem dessas coisas que a gente não prevê... Conheci outras bibliotecas que me fascinaram tanto quanto as duas que tinha pensado em visitar. E que talvez, justo por ser inesperado, foi fascinante. 
A primeira instituição que visitei para pesquisar no tour ibéria foi a Biblioteca Nacional de Portugal. Impressionante. Um edifício de linhas simples e claras, com algum ornamento no exterior apenas para ressaltar o que tem dentro: a maior coleção de livros do país. As fotografias à esquerda da sala de referência são das obras da torre ao fundo, em fase de finalização. Lembram a grandiosidade da instituição e sua necessidade de estar sempre em ampliação. Defeito? Não ter acesso aos livros nas estantes. O pedido é feito e você recebe o livro no lugar em que está sentado. Uma pena, já que andando pelos corredores das bibliotecas é que encontramos “imprevistos”.



Depois, no meu primeiro final de semana em Lisboa, fui levada por uma amiga ao Convento de Mafra, e visitamos sua maravilhosa biblioteca. Eu não acreditei quando me explicaram o mecanismo de conservação: morcegos frutíferos comem as traças e outras coisas que deteriorariam os livros, e ventilam o ambiente por viverem no exterior. Fantástico!



Nesse mesmo dia, fizemos um tour “barroco”: começamos pelo lugar que inspirou “Memorial do Convento”, de José Saramago. Passamos pelo Aqueduto das Águas Livres, na volta à cidade. E depois a Igreja de São Roque, com sua maravilhosa capela de São João Batista – todos monumentos encomendados por D. João V, o rei que teve a sorte de governar Portugal quando sua maior colônia descobriu minas de ouro. Durante a estadia na terrinha, tentaram me convencer que “nem tanto ouro foi explorado assim...”. Em vão. Saí de lá com ainda mais certeza de a colônia fez a glória da metrópole.

Depois, por feliz curiosidade e instinto (encontrei lá coisas incríveis!), fui pesquisar da Biblioteca da Ajuda – o lugar mais frio de Lisboa. Linda, super organizada, e com atendentes muito atenciosas. Quando penso no Palácio da Ajuda, e no Real Monasterio de San Lorenzo El Escorial, agradeço pelos monarcas ibéricos terem o costume de construírem ao lado de seus palácios bibliotecas maravilhosas, com muitas obras, mesmo que fosse apenas para seu deleite pessoal. Afinal, todo monarca é um grande mecenas das artes e das letras.



Por fim, o Alentejo, e a visita à duas bibliotecas tão diferentes uma da outra como um vinho do Porto e um Eugenio Almeida . A Biblioteca Pública de Évora, com os cimélios, seu acervo do século XVIII, a sala de leitura mais aconchegante que já estive, e funcionários tão doces quanto um Pão de Rala: o Sr. Chitas e a D.Jacinta. E a Biblioteca de Elvas com sua entrada peculiar. Por dentro, instalações modernas e bem acondicionadas – e a vista impressionante para o Forte de Santa Luzia. Essas duas Bibliotecas foram meus lugares de trabalho na expedição pelo Alentejo, além dos arquivos. Que lugar seria melhor para pensar sobre fronteiras?

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Durante 2 meses tive a oportunidade de conhecer bibliotecas impressionantes. Todas elas me causaram alguma emoção, e até me fizeram lembrar de outras que já conhecia –  a Biblioteca Nacional de Portugal me lembrou a Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro, por exemplo. Nas bibliotecas das universidades, eu sempre pensava na biblioteca Florestan Fernandes, da FFLCH-USP, minha celula mater. Voltar à ela semana passada foi como retornar à origem. Mas depois de conhecer tantas instituições, o único acervo de livros que eu queria ver era o meu próprio, pequeno e mal-arrumado, mas carinhosamente acumulado há muitos anos. Com a mudança para um novo endereço e os títulos acumulados com a viagem, é hora de começar a organizá-lo melhor. E quem sabe fazer o mesmo com algum outro acervo.