domingo, 10 de julho de 2011

Numa Sentada

Em um comentário ao primeiro post, meu amigo Tiago Gil pediu: “Escreve sobre contos curtos! tipo Edgar Alan Poe, minha paixao, ou Veríssimo... São livros que dá pra ler em uma sentada ( no vaso).” Sendo assim, aqui estou, atendendo pedidos da minha audiência.

Porém, não exatamente do jeito que foi pedido. Esse post não vai falar sobre contos – um dos meus gêneros favoritos também. Resolvi me concentrar em um detalhe da segunda parte do comentário: sobre os livros que dá pra ler em uma sentada no vaso.

Existem livros que se lêem numa sentada. Isto é, a leitura flui de uma maneira tão prazerosa que não vemos o tempo passar. A gente se senta e quando vê, já acabou. Pode ser um romance, crônicas, poesia ou os tais contos. Quando o assunto nos interessa e é bem escrito, estão dadas as condições para ler “de uma tacada só” – outra expressão idiomática para isso.

Mas existem alguns livros que a gente lê literalmente sentado no vaso. É isso mesmo: dentro do banheiro. O mais comum é encontrarmos revistas, geralmente alguma cujo dono da casa assine ou compre com regularidade Procurando bem, podemos até encontrar umas “educativas”, se é que me entendem (não tenho nada contra, que fique claro).

Porém, algumas pessoas (dentre elas eu) têm esse costume, de ter livros no banheiro. Na casa dos meus pais, existe um azulejo pendurado do lado de fora, onde se lê “banheiro não é biblioteca”. Felizmente, o intercâmbio entre esses dois cômodos sempre foi intenso.

Eu acabei por adotar esse hábito, aprofundando-o. Nunca tenho só um livro. Desenvolvi uma separação tipológica para os “livros para ler em uma sentada” – e descobri que meus favoritos são os de crônicas. Sempre tem uma compilação de um autor que escreva regularmente para jornais ou revistas. E também alguém reconhecido em outro genêro, mas que se aventurou por esse terreno.

Acontece que, justamente como aquilo que fazemos no banheiro, uma hora o livro acaba. E foi justamente o último livro que saiu do meu toilette que motivou esse post: A Arte de Ser Leve, de Leila Ferreira. Já conhecia a autora desde seu outro livro – “Mulheres, por que será que elas... ?”. E logo que vi esse já levei-o para a seção “reservados”.

É um livro delicioso, com capítulos curtos, agrupados em seis eixos temáticos, além de uma apresentação e as considerações finais. Os detalhes e as reflexões que ele provocou, vou falar com mais vagar nos próximos posts. Por ora, basta dizer que ele me ajudou a perceber que a vida deve ser vivida com leveza, ou então ficamos muito “enfezados” – e pensando no lugar onde o lia, acho que ele me ajudou até literalmente.

Um comentário:

  1. Roger Colacios11/7/11 14:39

    Ótimo texto, e como uma recomendação para uma leitura apurada e sentada: Bioy Casares "Mascaras venecianas" e "La sierva ajena"... dois contos memoráveis!!!

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