Mando então algo que li esses dias (naquelas leituras "privadas", sabem?) que lembrou a relação "promíscua" que mantenho com meus livros.
Alguns acharão inapropriado e até mesmo indecente o trecho abaixo.
Mas nesse relacionamento, os livros são alvo de amor e desejo...
"Eu preciso pegar para gostar. Tocar. Sentir o cheiro. Apertar contra o peito. Eu levo o livro pra cama e quase transo com ele. Quando acordo e o vejo deitado ao meu lado, adormecido sobre a mesinha de cabeceira, fico tentada a sorrir e perguntar se foi bom para ele também. Para mim sempre é ótimo. E ele não exige fidelidade. Espalhados pela casa, acolho milhares de outros livros de diversos tamanhos, uns mais sérios, outros mais divertidos, uns amores para quem eu sempre volto, outros amores de uma noite só. Livros profundos, livros leves, livros retangulares, livros de bolso, uns apenas decorativos, outros essenciais. Todos pulsando. Têm temperatura, têm marcas da didade, têm dedicatórias e anotações nas margens. São seres vivos."
Medeiros, Marta. "Sexo sem amor". In: Non-stop. Porto Alegre: L&PM, 2008.
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